A história da Fazenda de Ipanema data de 1585, quando Afonso Sardinha lá esteve, pesquisando minérios e avaliando a possibilidade de extrair ferro do morro de Araçoiaba. Destas avaliações, montou-se a primeira forja de ferro na Fazenda de Ipanema, cuja produção diária era de 30Kg de ferro forjado em altos fornos de modelo catalão, que ainda fazem parte da paisagem local como equipamento histórico. No período compreendido entre 1585 e 1595, cessaram as atividades de forja de ferro.
De 1595 ao Século XIX, não há registros históricos do que se passou na Fazenda de Ipanema. No Século XIX, o Brasil passou a investir na Real Fábrica de Ferro, cujo fechamento se deu em 1895, após sucessivas administrações. Como a quantidade de minério era escassa, e a tecnologia empregada na produção era ultrapassada, esta unidade/fazenda, nunca chegou a produzir grandes quantidades de seu principal produto. Em função de suas potencialidades de uso e fabricação de armas brancas, a Fazenda também passou pela administração do então Ministério da Guerra (Brasil Império).
A Floresta Nacional de Ipanema, foi criada através do decreto n.º 530 de 20/05/1992, para atender aos compromissos do Brasil acertados na Rio92, quando foi acordada a criação de mais doze unidades de conservação da natureza no país. Até esta data, era administrada pelo CENEA (Centro de Excelência em Engenharia Agrícola), que pertencia aos quadros do Ministério da Agricultura. Os principais investimentos para sua criação, derivaram dos esforços do Sr. Antonio Delfin Neto e, todo equipamento hora encontrado na FLONA de Ipanema, pertencia àquele Ministério, e por isso era freqüentada pelo alto escalão do poder executivo federal.
Em 1990, o governo Collor de Mello, criou o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, extinguindo portanto, o CENEA. Disso derivou a demissão em massa de funcionários, restando em torno de 90 servidores oriundos do Ministério da Agricultura, para atender às necessidades da unidade de conservação.
Da década de 1980 aos anos 1990, a Fazenda de Ipanema se caracterizou como centro de análise e avaliação de equipamentos agrícolas, encontrando seu apogeu em 1985, quando sua fama passou a ser internacionalmente reconhecida. Esta fama derivou, especialmente, dos trabalhos desenvolvidos durante a administração do Prof. “Cobra”. À época de sua saída em 1987, se deu a construção e a instalação do prédio da administração atual. Quanto aos equipamentos históricos, estão contidos na FLONA, o edifício principal, construído pelo Visconde de Porto Seguro (Francisco Adolpho de Varnhagem), concebido em taipa de pilão. Abrigou a administração da Real Fábrica de Ferro em 1811, foi ocupado por Dom Pedro II quando de sua maioridade e é a única edificação não construída em pedra. Há também vestígios locais que marcam a vertente esotérica da FLONA.
Acredita-se que a área foi habitada pelos INCAS, pela existência de pirâmides ao longo de algumas trilhas. Tais estruturas conduzem a crer que, a região seria destinada à transmissão de comunicações e as pirâmides seriam os postos dos mensageiros responsáveis pela emissão das palavras do Rei em distâncias regulares, marcadas pela posição estratégica das pirâmides. Referendando esta hipótese, há nas margens do lago do Cobra uma pedra na qual se crê tenham ocorrido sacrifícios humanos, comuns naquela cultura.
Existem também outras crenças, tais como, de que o local seja visitado por discos voadores outras lendas. “Conta-se que, nestas paragens viveu um monge milagroso que daqui foi expulso, e por isso, passou a habitar o local conhecido como “a pedra do monge” . Continuou a realizar seus milagres. Assim, na “gruta do monge” ergueu-se um altar que até hoje, recebe as oferendas da população. Conta-se que o monge, após ser expulso, praguejou sobre Ipanema dizendo: caminharás 7 anos para frente e 7 anos para trás”.
A história de Ipanema (FLONA e Fazenda) encontra-se relatada no livro O Esconderijo do Sol, escrito pelo Professor José Monteiro Salazar em 1982 e editado pelo Ministério da Agricultura.
domingo, 7 de dezembro de 2008
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