quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Trilhas ... do começo .... ao fim ...

Até a próxima Erica, valeu pessoal!

OK !!!

De volta para o alojamento

De interpretação ambiental, a contemplativas e de ecoturismo, todas com tremendo envolvimento, aprendizado, comunhão e alegria!
Lagoa do Cobra - APP - Visita autorizada pela Chefia da Unidade - ela é a justificativa maior do Projeto (Eco) Turismo e Educação Ambiental: Aprendendo a Aprender.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mas é bom que se diga ...


Criatividade mesmo é só na muvuca...
E quem não acredita na liberdade de criação perde uma excelente oportunidade de presenciar momentos raros, definitivos e que definem muitos passos profissionais para o futuro!

Par ou ímpar!? Dois times e tanto!

E quantas pessoas lindas. Que privilégio. Todas juntas na mesma visita!

Em pleno sábado a noite! E depois diz que dinâmica de educação ambiental é aula ...
deu pra rir muito!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Em Ipanema

A partir das atividades do projeto (Eco) turismo e Educação Ambiental: Aprendendo a Aprender, desenvolvido em parceria técnica espontânea com a Floresta Nacional de Ipanema – IBAMA - desde maio de 2001, nossas viagens passaram a ser regulares. Ao menos uma vez por semestre estamos lá! Houve grupos excelentes, outros melhores, alguns nem tanto. Porém, ninguém voltou igual ao que era antes de ir.
A Flona abriga uma cidade parada nos séculos 17, 18, 19 e 20. E por tudo que já fizemos uma frase não me sai da memória. "Apesar de visitarmos a linha do tempo, o passado está aqui, no século 21, porque, hoje, não existem sonhos". O tempo é mesmo uma linha ilusória!
Todavia, as cidades e o meio urbano tornam tudo tão concreto que os afetos não se materializam. Estranho imaginar que jovens tão distantes de minha idade, sintam a vida como eu, que já vivi à beça, já amei, já acertei, já errei, já fui extremamente feliz, já me entristeci, mas, o principal, eu escolhi. Eu tive esta chance! Desejo que este blog inspire ao visitante para a simplicidade, para o amor à natureza, e, para que o passado seja mesmo ontem para que o futuro possa ser criativo, novo, feliz, melhor e diferente do hoje.

O homem e o meio ambiente

O Homem e suas versões para a Natureza e as versões naturais do homem! Em tempos de grandes ciclones e furacões, a natureza se manifesta de modo contundente, deixando o homem relegado à sua própria finitude e insignificância material. Não rara vez, o que se escuta na voz corrente é a frase: “a natureza está se vingando do homem e de suas ações sobre ela”. Será? Será vingança da natureza dar uma boa oportunidade de reflexão sobre nossas ações coletivas? Buscando um pouco sobre os primeiros relatos escritos através da história da humanidade, os salmos bíblicos são as primeiras manifestações na literatura escrita sobre a qual se pode ter fácil acesso. Conhecidos como livro de poemas líricos, os estudos a respeito dos salmos mostram que são textos para os quais se atribuem muitos autores, sendo o principal deles, o Rei Davi. Como gênero literário, podem ser classificados por suas formas estilísticas, das quais se destacam três grandes formatos, a saber, os hinos, as súplicas e as ações de graças. O corpo dos hinos descreve os motivos dos louvores, dos prodígios realizados por Deus, especialmente a sua obra criadora, e na história, particularmente a salvação concedida ao seu povo. Já nas súplicas, estão os salmos de sofrimento ou lamentações. Não cantam as glórias de Deus, mas dirigem-se a ele, e nisto diferem dos hinos. Geralmente as súplicas começam com uma invocação, acompanhada de um pedido de socorro, de uma prece ou de uma expressão de confiança. Nestes, procura-se comover a Deus descrevendo-lhe a triste situação dos suplicantes, com metáforas que são clichês e raramente permitem determinar as circunstâncias históricas ou concretas da oração: fala-se das águas, do abismo, dos laços da morte, de inimigos ou de feras (cães, leões, touros) que ameaçam ou dilaceram, de ossos que se secam ou se quebram, do coração que palpita e se apavora. Há protestos de inocência, confissões de pecado e outros salmos de penitência. Recorda-se a Deus seus benefícios antigos ou se lhe faz censura de parecer esquecido ou ausente. Muitas vezes a súplica termina, e de modo às vezes repentino, pela certeza de que a prece é atendida e por uma ação de graças e um agradecimento a Deus. Estas últimas, nunca são coletivas, mas, sempre, individuais. Contam os estudos da religião, que os homens que trabalhavam na terra e no mar antes da era cristã, reuniam-se todos os dias após a lida, para juntos fazerem suas preces, ou seja, a leitura de um salmo. E, ao final de cada um deles, amarravam uma rosa em um cordão. Ao cabo da leitura dos 150 salmos, coincidindo com o final da época da colheita ou da pesca, e passados 150 dias, amarravam as pontas do cordão, e assim, haviam rezado um rosário. O homem se entende no coletivo pelo trabalho, pela lida, pela luta, pelo pão de cada dia. Assim também é o cidadão! Todavia, em que ponto o cidadão de aparta da natureza a ponto de deixar de perceber suas belezas, talentos e capacidades? Os ciclos sazonais e as possibilidades reais de interação do homem no mundo natural são de apenas meio ano, restando a outra metade para que ele, através da cultura e do manejo, possa interagir e manter suas garantias sobre as provisões, e, talvez seja este o ponto crucial da relação homem natureza e todas as versões dela derivadas. Desde sempre, se recorre aos princípios da Hipótese de Gaia que, elaborada na Grécia Antiga descreve que “a natureza garante a perpetuação, a continuidade, o reinício, a manutenção da vida, dos ciclos e da vida humana”. E na sociedade capitalista? Gaia não entra, pois, quem sustenta a continuidade “é o capital, o lucro”. Autodeterminação, liberdade, transcendência e comunidade? Educação Ambiental! Talvez porque o senso comunitário pouco atinja as questões de desenvolvimento em grande escala e pouco consiga contestar o que é ser civilizado posto que, ainda não se demonstrou um rumo redentor de nossas próprias mazelas, a educação ambiental hoje, vem sendo mais bem oportunizada pela educação para o desenvolvimento sustentável. Todavia pretende-se aqui enfatizar que há um elemento despercebido neste contexto em que, sustentabilidade não é necessariamente manutenção, mas sim, uma nova filosofia que tenta ser construída a partir das novas urgências globais. Conforme Morin, lentum in umbra (lento na sombra da poesia), vem se preparando uma era metatécnica, ou seja, uma terceira revolução tecnológica em que a lógica cerebral natural rompe com a idéia de que é preciso alinhar todas as sociedades pelo tempo mais rápido, o tempo cronometrado, o tempo ocidental. Ao contrário do que se pensa, a sustentabilidade nos levará a viver a complementaridade dos tempos diferentes, contendo a invasão do tempo cronometrado e destacando a prevalência dos “tempos interiores”, dos “tempos das emoções” e das “reformas interiores”, das “reformas do sentir” e conviver com o diferente. Caráter global porque humaniza o homem, hominiza a sociedade dando novos contornos ao conceito de ser civilizado, emancipando a comunidade global da crise da civilização tecnológica, porque traz o homem para ser humano. De fato, para as tais reformas interiores talvez haja a necessidade de reconhecer que, as reformas exteriores já aconteceram, para só então legitimar um movimento autêntico, que emane de dentro para fora, e não o contrário. Quando a sociedade puder se ver refletida no movimento ambientalista e nas questões ambientais, aí sim, com um discurso mais próprio, poderá convencer ao homem simples de suas intenções e autenticidade para que, de modo amplo, exista uma cooperação espontânea, ou seja, para além das urgências dos acidentes e dos crimes ambientais. Mesmo porque o povo brasileiro não tem nada de Sísifo, que, herói do trabalho infrutífero, não consegue ser superior ao seu destino. Do mesmo modo que o sofrimento sem limites é pesado demais para ser suportado, as verdades esmagadoras perecem quando se tornam conhecidas! O fim do século XX descobriu a Terra-sistema, a Terra Gaia, a Biosfera, a Terra parcela cósmica. Porém, ao século XXI, caberá desvendar e descobrir a Terra Pátria; aquela que nos pertence porque pertencemos a ela.

A Flona e a História

A história da Fazenda de Ipanema data de 1585, quando Afonso Sardinha lá esteve, pesquisando minérios e avaliando a possibilidade de extrair ferro do morro de Araçoiaba. Destas avaliações, montou-se a primeira forja de ferro na Fazenda de Ipanema, cuja produção diária era de 30Kg de ferro forjado em altos fornos de modelo catalão, que ainda fazem parte da paisagem local como equipamento histórico. No período compreendido entre 1585 e 1595, cessaram as atividades de forja de ferro.
De 1595 ao Século XIX, não há registros históricos do que se passou na Fazenda de Ipanema. No Século XIX, o Brasil passou a investir na Real Fábrica de Ferro, cujo fechamento se deu em 1895, após sucessivas administrações. Como a quantidade de minério era escassa, e a tecnologia empregada na produção era ultrapassada, esta unidade/fazenda, nunca chegou a produzir grandes quantidades de seu principal produto. Em função de suas potencialidades de uso e fabricação de armas brancas, a Fazenda também passou pela administração do então Ministério da Guerra (Brasil Império).
A Floresta Nacional de Ipanema, foi criada através do decreto n.º 530 de 20/05/1992, para atender aos compromissos do Brasil acertados na Rio92, quando foi acordada a criação de mais doze unidades de conservação da natureza no país. Até esta data, era administrada pelo CENEA (Centro de Excelência em Engenharia Agrícola), que pertencia aos quadros do Ministério da Agricultura. Os principais investimentos para sua criação, derivaram dos esforços do Sr. Antonio Delfin Neto e, todo equipamento hora encontrado na FLONA de Ipanema, pertencia àquele Ministério, e por isso era freqüentada pelo alto escalão do poder executivo federal.
Em 1990, o governo Collor de Mello, criou o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, extinguindo portanto, o CENEA. Disso derivou a demissão em massa de funcionários, restando em torno de 90 servidores oriundos do Ministério da Agricultura, para atender às necessidades da unidade de conservação.
Da década de 1980 aos anos 1990, a Fazenda de Ipanema se caracterizou como centro de análise e avaliação de equipamentos agrícolas, encontrando seu apogeu em 1985, quando sua fama passou a ser internacionalmente reconhecida. Esta fama derivou, especialmente, dos trabalhos desenvolvidos durante a administração do Prof. “Cobra”. À época de sua saída em 1987, se deu a construção e a instalação do prédio da administração atual. Quanto aos equipamentos históricos, estão contidos na FLONA, o edifício principal, construído pelo Visconde de Porto Seguro (Francisco Adolpho de Varnhagem), concebido em taipa de pilão. Abrigou a administração da Real Fábrica de Ferro em 1811, foi ocupado por Dom Pedro II quando de sua maioridade e é a única edificação não construída em pedra. Há também vestígios locais que marcam a vertente esotérica da FLONA.
Acredita-se que a área foi habitada pelos INCAS, pela existência de pirâmides ao longo de algumas trilhas. Tais estruturas conduzem a crer que, a região seria destinada à transmissão de comunicações e as pirâmides seriam os postos dos mensageiros responsáveis pela emissão das palavras do Rei em distâncias regulares, marcadas pela posição estratégica das pirâmides. Referendando esta hipótese, há nas margens do lago do Cobra uma pedra na qual se crê tenham ocorrido sacrifícios humanos, comuns naquela cultura.
Existem também outras crenças, tais como, de que o local seja visitado por discos voadores outras lendas. “Conta-se que, nestas paragens viveu um monge milagroso que daqui foi expulso, e por isso, passou a habitar o local conhecido como “a pedra do monge” . Continuou a realizar seus milagres. Assim, na “gruta do monge” ergueu-se um altar que até hoje, recebe as oferendas da população. Conta-se que o monge, após ser expulso, praguejou sobre Ipanema dizendo: caminharás 7 anos para frente e 7 anos para trás”.
A história de Ipanema (FLONA e Fazenda) encontra-se relatada no livro O Esconderijo do Sol, escrito pelo Professor José Monteiro Salazar em 1982 e editado pelo Ministério da Agricultura.